O policial sai e deixa a cela aberta.
MIGUEL: – É agora que eu saio daqui.
Miguel sai de fininho e vai até o painel de controle dos policiais e aciona o alarme de chamada. Ele sai correndo, se esconde e todos os policiais vão até a sala onde foram chamados.
POLICIAL: – Mas não tem ninguém aqui!
Miguel consegue fugir da delegacia.
MIGUEL: – Agora eu tenho que ir a algum lugar onde não me encontrem.
CENA 2/ Delegacia da Cidade, noite, 19h25min
DELEGADO: – Ficou algum preso na cela quando todos saíram?
O policial que irresponsavelmente deixou a cela aberta permanece calado.
DELEGADO: – Eu perguntei se ficou algum preso na cela quando todos saíram. –Grita ferozmente.
POLICIAL: – Ficou! – Responde tremulamente.
DELEGADO: – Não me diga que...
POLICIAL: – Eu deixei a cela aberta, porque eu pensei que se ele mudasse de idéia e voltasse para jantar, o portão já estaria aberto. Eu não pensei na probabilidade dele fugir.
DELEGADO: – Eu não estou acreditando no que estou ouvindo. – Fala com tanta raiva que começou a grunhir. – Eu não estou acreditando! Você é um policial ou o que?
Pega pelos cabelos meio alongados do policial irresponsável e mete-lhe um forte soco na barriga que o faz cair de dor.
CENA 3/ Hospital Manancial, noite, 19h30min
DOUTOR: – Na verdade, você e aquela garota que sobreviveu, não vão precisar de médicos, e sim, apenas de psicólogos. Por que este fato que ocorreu com vocês, foi um verdadeiro fato de horror. Na maioria dos casos, pode causar esquizofrenia.
ARTHUR: – Esquizofrenia, doutor? Eu vou ficar maluco?
DOUTOR: – Esquizofrenia não é maluquice, esquizofrenia é quando a pessoa começa a ter visões, alucinações, delírios... Mas no seu caso, você pode ser tratado.
ARTHUR: – E a Milena?
DOUTOR: – Os outros médicos estão vendo o estado dela, lá em outro hospital. Se ela estiver muito traumatizada e o estado dela ser muito grave, ela terá tratamentos especiais.
ARTHUR: – Espero que não! Ela, graças a Deus, não sofreu como eu.
CENA 4/ Hospital Good Life, noite, 20h00min
MÉDICO: – A Milena precisará de um psicólogo e que você converse muito com ela. O dialogo é a melhor forma de uma pessoa esquecer um fato. Mas quando estiver conversando com ela, evite ao máximo falar assuntos ruins.
HELENA: – Entendi doutor. Ela está melhor?
MÉDICO: – Ela está ótima, porém muito abatida. Ela na consegue tirar a cena da cabeça, ela ficou trancada em um quarto, com um morto.
HELENA: – Meu Deus!
MÉDICO: – Além disso, somente ela e um rapaz sobreviveram ao massacre. Esse rapaz quem salvou a vida da sua filha.
HELENA: – Eu preciso falar com esse garoto. Agradecer por ter protegido a minha filha.
Matheus chega ao local afobado.
MATHEUS: – Oi Helena, cadê a Milena? Está bem?
HELENA: – Mais ou menos, ela ainda não tira a cena da cabeça. Caramba, eu me esqueci de ligar para te avisar. Como você soube do que aconteceu?
MATHEUS: – As notícias, só se falam nisso. Eu vi a reportagem na TV. Logo, logo os repórteres irão bater na sua porta para entrevistar a Milena.
HELENA: – Isso é a última coisa que tem que acontecer nesse momento, a Milena tem que esquecer isto.
MATHEUS: – Mas você sabe como é repórter.
HELENA: – Sei! Apesar disso, a Milena não foi a única sobrevivente, teve um rapaz que salvou a Milena.
MATHEUS: – Um rapaz chamado Arthur, não é?
HELENA: – Ainda não conheci o rapaz, mas logo quero ver-lo e agradecer.
CENA 5/ Hospital Manancial, noite, 20h30min
O doutor fala com os pais de Arthur.
DOUTOR: – O Arthur já pode ser liberado, mas nada de falar com ele sobre o massacre...
CENA 6/ Hospital Manancial, noite, 20h35min
DOUTOR: – Pronto pra ser liberado, rapaz?
ARTHUR: – É o que eu mais quero!
DOUTOR: – Muito bem, já pode ir, mas... Eu não estou obrigando você a esquecer sobre o que aconteceu, porque eu não vou conseguir. Mas, tente sair mais de casa, faça o que você mais gosta, viaje, brinque, seja o que você era antes, ta?
ARTHUR: – Vou tentar, né?
Arthur é liberado e é levado pelos pais.
CENA 7/ Hospital Good Life, noite, 20h45min
MÉDICO: – Pronta para ser liberada?
MILENA: – Com certeza, chega de tanto hospital, senão eu vou explodir.
MÉDICO: – Então, está liberada, mas agora é página virada, viva uma vida nova, novos amigos, novos amores. Uma dica para esquecer o passado: Mude!
MILENA: – Obrigada, doutor!
Milena é liberada.
HELENA: – Ai minha filha, estou com tantas saudades de você. –Chora.
MILENA: – Também, mãe.
Milena também chora e abraça Milena.
MILENA: – Mãe, eu nunca pensei que pudesse falar isso, mas eu nunca na minha vida fiquei tão feliz em poder está andando.
HELENA: – É filha, tem maus que servem para o bem.
MATHEUS: – Milena, que bom que você está andando.
MILENA: – Eu te amo, Matheus.
Milena abraça Matheus.
MATHEUS: – Sério? Sério que você me ama?
MILENA: – Claro bobinho.
Helena, Matheus e Milena seguem abraçados até o carro. Até chegar em casa, eles batem papo, Helena tentando relembrar passados alegres e engraçados, para melhorar o humor de Milena, mas não tinha jeito. Milena estava tão abatida que mesmo feliz por poder andar, o sorriso dela seria a última coisa que Helena e Matheus poderiam ver naquele momento.
CENA 8/ Casa dos Cancillieri, noite, 21:30
MILENA: – Minha casa, quanto tempo!
HELENA: – Agora você pode matar a saudade. Só nós duas aqui!
MATHEUS: – Olha Milena, quando eu vinha aqui dava para notar: Essa casa não é a mesma sem você.
HELENA: – Com certeza!
MILENA: – Obrigado!
Helena abre a porta, os três entram. E a luz do abajur se acende.
MIGUEL: – Até que enfim vocês chegaram, achei que não fossem voltar mais.
HELENA: – Como você entrou aqui?
“Música de Suspense, cena congela em Helena.”
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