1º Capítulo de "Estranho Amor"

1992, Casa dos Cancillieri, quarto de Helena e Miguel, manhã, Sol  7:30

HELENA:  – Amor, acorda!

MIGUEL:  –  Huum! O que foi?

HELENA:  – Eu tenho uma notícia muito importante pra te dar...

MIGUEL:  – O que? Notícia boa ou ruim?

HELENA:  – É ótima! Eu realizei o meu sonho!

MIGUEL:  – Qual? Você tem vários... Acho que...

(Helena interrompe)

HELENA:  – Estou grávida!

MIGUEL:  – (Enfurecido) O que Helena, de novo?

HELENA:  – Mas dessa vez eu não irei abandoná-lo com qualquer um...

MIGUEL:  – E onde vocês vão morar?

HELENA:  – Como assim, Miguel? Não entendi...

(Miguel interrompe)

MIGUEL:  – Helena, você sabe que a última coisa que eu quero nesse mundo é ter um filho, se quiser ficar aqui der um jeito nisso, assim como deu um jeito no outro.

HELENA:  – Nãããão, Paaaaaaara! Eu não posso fazer isso de novo!

MIGUEL:  – VOCÊ VAI SIM! PORQUE AQUI ESSA CRIANÇA NÃO FICA!

HELENA:  – Então adeus, Miguel! Um erro eu não cometo duas vezes.

MIGUEL:  – Haha, você está saindo de casa? E vai morar onde?

HELENA:  – Não te interessa – (chorando, desesperada) – Se eu sair dessa casa, você nunca mais vai ouvir falar de mim...

Miguel pega pelos cabelos de Helena e a ameaça.

MIGUEL:  – Se você quer assim, então suma daqui!

HELENA:  – Para Miguel, ta doendo!

MIGUEL:  – Está? Esse não é nem o início do que você irar passar se você não abortar isso que está na sua barriga.

HELENA:  – Me solta! – Grita – Você não manda em mim!

Miguel dar um tapa em Helena que cai na cama.

MIGUEL:  – E que fique avisado! Faça suas malas e suma daqui.

Miguel sai do quarto revoltado e Helena começa a arrumar umas malas, nervosa, chorando. Helena sai do quarto com as malas e Miguel está na sala.

MIGUEL:  – É isso que você vai fazer? Morar na rua por causa de uma criança que você pode tirar da sua barriga ou adotar para alguém, igual ao outro, lembra?

HELENA:  – E quem disse que eu vou sair de casa?

MIGUEL:  – Ué, já desistiu de seu drama tão cedo?

HELENA:  – Pois é, desisti de ir embora, eu pensei e decidir, essas malas não são minhas, são suas.

MIGUEL:  – O que? Acho que você bebeu alguma coisa hoje, você me expulsar da MINHA casa? Que eu comprei com meu dinheiro?  (Riso maléfico)

HELENA:  – Pois é, ou então, eu vou na delegacia e dou queixa que você me obrigou a abandonar uma criança há 2 anos atrás, lembra?

MIGUEL:  – Helena, não mexa no passado. Você decidiu e abandonou! Se for dar queixa, você se ferra também.

HELENA:  – Mas fui pressionada a fazer algo que eu não queria, por isso, a razão é toda minha, agora você tem que decidir: Fica e assume essa criança ou sai de casa de uma vez?